quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Saciando um pouco a fome....

LEMBRE-SE DE SE PERGUNTAR... AONDE VOCÊ ESTÁ?!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Negros? No Ceará?



Comunidades quilombolas, uma realidade nossa que passa por nós despercebida

Sim, fomos visitar uma comunidade Quilombola e ao chegarmos lá nos surpreendemos do início ao fim. Encontramos personagens que nos tocaram por seu jeito singular, herdado de seus antepassados, sendo muitas vezes desconhecidos por eles mesmos. O nome da comunidade é Alto Alegre, que cai como uma luva, pois é notória a alegria que as pessoas sentem em receber e conversar com outros indivíduos interessados em compreender aquela cultura.

Inúmeras histórias, inesquecíveis experiências que tentaremos compartilhar aqui com vocês. Para isso é importante frisar alguns dos personagens que são fundamentais para a comunidade.

Tereza de Jesus, que na verdade atende por Ana, mulher de personalidade forte que sempre lutou pelos ideais da comunidade. Teve ajuda de muita gente, uma delas foi Eveline, professora que passou pela comunidade e ajudou a montar o histórico de Alto Alegre, sua contribuição foi fundamental para o reconhecimento da mesma que ocorreu em 2005. Apesar de ser Quilombola, percebemos que a comunidade perdeu muito dos seus traços de origem, por exemplo, a religião predominante lá é o catolicismo, porém existe sim terreiro Umbanda, religião Afro-Brasileira que trabalha com orixás (semelhantes a santos) e oferendas, mas desconhecido por alguns dos integrantes de Alto Alegre.

Conhecemos também Coelho que desempenha um papel que merece ser destacado. Ele é Ogan de umbanda, de acordo com ele, uma patente ainda mais alta que Pai de santo. Atua como curandeiro, reza em crianças para tirar mal olhado e ainda faz com que aquela pessoa que você ama se apaixone por você. Também nesse ramo de cura, porém com outros meios, como remédios a base de ervas, conhecemos Maria de Sousa belmino, para os íntimos apenas Sóis.

Sóis é literalmente a farmácia de Alto Alegre, faz todo tipo de remédio, do lambedor, usado para combater a gripe ao remédio para tirar menino, que de acordo com ela é o que mais sai. Afirmou que tudo que sabe aprendeu vendo o pai fazer e disse mais, “Para complementar a minha renda cato latas, vidros e sucatas na comunidade”.

Tem também a Davel, uma das moradoras mais antigas da comunidade. Parteira, que já perdeu a conta de quantos meninos botou no mundo e ainda é neta da finada Ana Benta, que foi escrava.

É impressionante, ou até mesmo inacreditável, mas por volta de quatro anos atrás, ainda existia exploração, escravidão mesmo por ali. Conversando com alguns moradores ouvíamos constantemente falar no nome da família Nogueira, então procuramos saber um pouco mais dessa família pelos próprios moradores. Os Nogueira possuem um grande território na comunidade Alto Alegre e usavam mão de obra de muitos moradores dali sem pagar nada pelos serviços prestados. Quer dizer, até pagavam, os integrantes da comunidade ganhavam comida em troca de trabalho. Apesar disso hoje em dia aparentemente ter acabado, a família Nogueira ainda é dona de muitas terras por ali.

A comunidade em si é semelhante a um distrito de interior, tento como principal fonte de diversão um forrozinho pé de serra aos sábados, freqüentado por toda a família, da vovó ao netinho. Os demais eventos tradicionais dos quilombos ainda sobrevivem, mas tem data para comemoração é como as quadrilhas ou o carnaval, com o dia certo de começar e também de terminar. No mês de maio ocorrem os festejos quilombos, tendo como atração: Dança do fogo, Capoeira, maculelê (mulheres dançam e homens tocam os instrumentos) entre outras coisas.

Em fim, chegamos sábado de tarde à comunidade e fomos embora domingo a noite, com um fim triunfal, de carroça até a pista pegar o ônibus! Deixamos para traz pessoas com histórias fascinantes que lutaram ontem e lutam hoje para ser reconhecidas e valorizadas. É a nossa cultura, passando despercebida por nós, uma realidade que parece ser ignorada pela maioria das pessoas, mas que sobrevive.


PRODUÇÃO: Candice Machado, Hévilla Lima e Samyr.


TEXTO: Hévilla Lima.


FOTO: Candice Machado.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Além do preconceito

O filme, Uma onda no ar, conta a história do surgimento de uma rádio comunitária em uma favela de Belo Horizonte, inicialmente pirata, que ia ao ar todos os dias no horário do programa estatal A Voz do Brasil. A comunidade passou a ouvir nesse horário então: “A voz livre do morro” que tinha como principal objetivo fazer com que as pessoas do morro tivessem voz e vez. Através do amplo alcance dos transmissores da rádio, suas ondas iam bem além da favela, consequentemente acabaram incomodando as autoridades.

Foi quando Jorge, que é negro, um dos criadores da rádio, morador da comunidade, sofreu uma perseguição da polícia e acabou sendo preso, conversando com outro detento sobre a criação da rádio embarcou então numa luta social contra o preconceito racial e para uma maior resistência cultural através de seu programa radiofônico.

Percebe-se no filme que A voz do morro prioriza realmente elementos que fazem parte da cultura afro no Brasil, desde a música dos Racionais MCs, passando pelo break, o samba, o blues, o funk, a música dos morros, até o berimbau da capoeira. A rádio passa a estabelecer também a comunicação dentro e fora da favela. Com um caráter jornalístico, fala dos problemas enfrentados pelas pessoas que moram naquela comunidade e solicita mais investimento para gerar empregos, na educação e menos dinheiro para armar a polícia, estabelecendo sempre uma comunicação direta com seus ouvintes, o que mais tarde lhe rendeu um prêmio das Nações Unidas, sendo este também, por priorizar a educação e adotar uma política de conscientização contra o uso e tráfico de drogas.

Podemos acompanhar no filme um “espelho” que reflete vários ângulos do racismo em diferentes espaços. Um deles, eu diria o principal, é inclusive na escola que Jorge estuda como bolsista, porque sua mãe trabalha como faxineira. Nessa instituição de ensino fica explicito, durante a apresentação de um seminário sobre a lei Áurea, o pensamento limitado de alguns estudantes que mostravam o fim da escravidão como a solução da exploração e exclusão de negros no País. É quando Jorge intervém e mostra sua visão expondo os pontos cruciais para a percepção de que o problema é bem mais do que parece e suas conseqüências fazem parte não só do passado, mas do agora também e provavelmente do futuro. Esse foi um dos fatores principais de inspiração para Jorge.

Uma visão panorâmica da fase mais romântica do rádio


O filme a era do rádio, dirigido e escrito por Woody Allen, mostra o tipo de programação transmitida pelo veículo na década de 30 e 40. De forma romântica e literária as abordagens feitas são seqüenciadas por uma narrativa do protagonista judeu da história. Nos programas radiofônicos, os fatos são detalhados minuciosamente, por
não possuir imagens.


O rádio ganha então um papel preponderante como veículo de comunicação de massa. A maneira mais utilizada de se manter informado sobre os acontecimentos seja na cidade ou até mesmo no mundo, pois dava a sensação de aproximação direta do expectador com os fatos. Dentre as narrativas do rádio acho fundamental frisar o ataque à base naval de Pearl Harbor e o resgate de uma menina presa no fundo de um poço, ambas as reportagens acompanhadas com apreensão pelos norte-americanos. Relatos jornalísticos apresentados a população de uma forma bem diferente do que é feito hoje.


Hoje, a maioria dos noticiários é narrada com certa distância, raramente encontramos discrições feitas como nos anos 30 e 40. No filme, fica explicito a principal forma de laser da família, sentar na sala e ouvir o programa radiofônico preferido, sendo muitas as opções, um programa para cada público. Por exemplo: a rádio novela, para a dona de casa e as mocinhas, o noticiário e esportes para os homens/chefes de casa e os enredos de super heróis para os meninos. Em nossas reuniões familiares o que reina hoje é a televisão e é claro, também tem um cardápio com opções de programas para escolhermos, sendo estes mais de entretenimento.


Uma das maiores demonstrações da influência da mídia na vida das pessoas, abordado no filme, é o programa de Orson Welles de H.G. Wells, transmitido no dia das Bruxas, relatos sobre invasões alienígenas que supostamente viriam à Terra. Mais é lógico que muitos acreditaram, se apavoraram e temeram essa invasão.


No mais, também tem Sally White, que almejava mais que tudo gravar uma novela ou cantar no rádio. Com o objetivo de realizar esse sonho, acaba caindo na lábia de alguns homens, enganada e usada, mas depois de um tempo consegue entrar definitivamente no mundo do radiofônico.


A era do rádio é então, a fase das descobertas, da criatividade e do romance. Uma vez que trabalhar nesse veículo de comunicação exige mais atenção, a era do rádio, sem sombra de dúvidas, expandiu a comunicação e abriu portas para a sociedade, estimulando o plano imaginário.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Você procura, procura e o que acha?

Aprendi a lhe dá com as situações, sejam elas quais forem, o mundo anda vazio como a cabeça dos mediadores.

Não tive esclarecimento de quem sou, vivo num mundo de atores e hoje me pergunto se devo acreditar nos rumores.

Escolha o seu disfarce, fique à-vontade pra se fantasiar, o concurso de fantasias está rolando desde o início dos tempos. Lembre-se, ganha quem tiver a fantasia mais mentirosa e superficial, estou torcendo por você, mas como boa jogadora a minha maior estratégia é mentir!

Ela...

Ela está sozinha em sua mente
Não conseguiu se libertar
Trancada em um “castelo” pensa em sufocar
Todos os princípios a incomodam
O céu, a terra e o ar
Ela não quer ajuda ou se ajudar
Afirma que não senti dor
Afirma que nunca amou
Diz-se satisfeita com o que tem
E se entrega a quem não lhe faz bem
Diz que odeia discussão
Porém discute excessivamente
Não, ela não fala palavrão
Mas, menti.

DESABAFO!


Não perca seu tempo adoecendo. Por favor, não faça isso. A não ser que tenha plano de saúde ou algo do tipo. Assim, sim. A saúde pública na Bruzundanga (como disse Lima Barreto enfatizando a nomenclatura), especificamente no Estado conhecido por famosas praias, característica esta, que camufla a verdadeira realidade se tratando de tudo que é público, não é um recurso que recebe uma boa verba do Governo. Além disso, tem as greves, dificultando ainda mais o atendimento. Mas ninguém de fato tem culpa, ou será que tem?

Em um hospital público de nível terciário, com referência em trauma (semelhante a um ABATEDOURO), transitam indivíduos de todos os tipos. É fundamental ressaltar que na maioria das vezes esses seres humanos entram vivos, carregando no olhar a esperança de continuarem vivos. O que nem sempre acontece. Passei duas semanas, acompanhando uma pessoa que amei mais que tudo nesse hospital, ou melhor dizendo abatedouro, fiquei no corredor da emergência, pois como todo “bom” hospital público, todas as enfermarias estavam lotadas. Minha experiência no abatedouro foi das piores de minha vida.

Dona Maria urinada numa maca sem colchão. Seu João há uma semana sem tomar banho. Alguém chega, mais um cara. Supondo eu e provavelmente todos os presentes, não estava fazendo algo muito certo. Tinha uma bala na cabeça e os miolos no chão.

–PRA SALA DE RESSUCITAÇÃO!!! Gritou o médico. O cuidado foi tanto que a porta da sala ficou aberta e por infelicidade eu estava frente a ela. Mas óbvio que não conseguiram salva-lo. E assim seguia meus dias lá. Mal atendida por profissionais que tem como lema vê o paciente de forma holística (enfermeiras), à maioria das vezes ignorada por aqueles que se intitulam DEUSES, por sempre acharem que tem a cura (médicos), sendo tal adjetivo que acreditei uma parcela significativa do tempo, porém, como deixo bem claro foi só um tempo porque depois passou a ser desencargo de consciência. O que me restou foram noites passadas em claro, rezando e tentando acreditar que aquela pessoa tão amada por mim se salvasse.
Não ele não se salvou. Assim como a maioria dos que vi entrar com vida e sair sem isso que nem parece ser tão frágil. Só mais um que quando precisou dessa beleza de sistema não foi devidamente atendido. E eu também sou culpada por isso, assim como você e todo o mundo... Por menor que seja sua parcela de culpa, VOCÊ também tem CULPA, por que será? É o que me pergunto todos os dias.

sábado, 15 de agosto de 2009

Apresentação


Era uma vez uma menina que via tudo muito estereotipado e não conseguia acreditar no que falavam pra ela. Se questionava sobre tudo e todos, fazendo a si mesma perguntas do tipo: Os sem terra do MST são mesmo vândalos como é dito nas entrelinhas do Jornal? Murar ou não murar as favelas? Quem é pior, um seqüestrador, que faz o que faz por ser desfavorecido socialmente, ou o Banqueiro Daniel Dantas? Entre outras perguntas que pareciam não ter resposta. Ela olhava em volta e o que via era a massa, faminta. Com sede de justiça, de informação, lazer e outras coisas. Afinal, “agente não quer só comida”. Mas não, nada era tão simples como parecia, foi quando a menina/mulher se deu conta de que só ela poderia responder a essas perguntas, e você deve estar se perguntando: - como?


É simples, pelo menos mais do que parece. Ela foi além, embarcou na utopia de Thomas More, que foi fundamental para sua inspiração, achou legal e procurou então uma utopia na vida real. Pois bem, essa menina sou eu, Hévilla Martins Leal de Lima, uma estudante de jornalismo que gosta de contar histórias.


É um prazer saber que você está visitando meu Blog. Deleite-se nos meus delírios que nada mais é se não a verdade abordada de outro ângulo. Só pra constar, a imparcialidade aqui passou foi longe! E acredito piamente que o total envolvimento de uma pessoa com um fato só contribui Para que a mesma relate da forma mais sincera possível o ocorrido, tipo um Truman Capote, que literalmente entrava nos fatos. Sinceramente, espero que este espaço, mesmo que não seja de seu agrado, acrescente alguma coisa a você. Bem vindo!